Há cartas que são escritas e não são enviadas. São escritas no clamor da raiva, do ódio, da falta de esperança. São escritas por punho forte e largadas de lado. São escritas no auge de uma dor, de uma paixão ingrata, na saudade do ente querido.
Largadas dentro de um livro, esquecidas dentro de uma caixa, jogadas em um canto de uma gaveta. Mas não são enviadas.
Há cartas que são encontradas folheando um livro, rasgando velhos papéis, abrindo e limpando gavetas...Há cartas que são redescobertas anos depois, dentro de envelopes amarelados pelo tempo, guardando as emoções que ficaram escondidas, dilaceradas; cartas seladas, endereçadas, mas que nunca chegaram em seu destino.
Há cartas que nunca foram enviadas e ficaram ali para sempre: misturadas com coisas sem importância. E ali ficarão. Fingindo ter sido esquecidas, guardando sentimentos nunca revelados. Há cartas que nunca serão enviadas...
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